sábado, 31 de outubro de 2009

Literatura Espanhola: A literatura do exílio


Reflexões sobre o exílio - Edward W. Said (leitura de texto e fragmentos interessantes)

Said nos fala da "dor mutiladora da separação". Nos diz que o exilado tem uma fratura incurável.

Exílio: uma fratura incurável

"O exílio é uma fratura incurável entre um ser humano e um lugar natal, entre o eu e seu verdadeiro lar".

Cultura ocidental: uma obra de exilados

Em seguida, Said afirma que a moderna cultura ocidental é obra de exilados, emigrantes e refugiados do fascismo, comunismo e demais regimes que não toleram os dissidentes.

Said alerta que o exílio não pode ser posto a serviço do humanismo e que "pensar que o exílio é benéfico para essa literatura é banalizar suas mutilações, as perdas que inflige aos que sofrem".

O exílio é "tal como a morte, mas sem sua última misericórdia, arrancou milhões de pessoas do sistema de tradição, da família e da geografia".

Said nos dá alguns exemplos de poetas exilados - palestinos, paquistaneses etc - para tratar o exílio como uma punição política contemporânea.

Paris: capital dos exilados cosmopolitas... e dos desconhecidos

"Paris pode ser a capital famosa dos exilados cosmopolitas, mas é também uma cidade em que homens e mulheres desconhecidos passaram anos de solidão miserável: vietnamitas, argelinos, cambojanos, libaneses, senegaleses, peruanos".

Nacionalismo e exílio

"Chegamos ao nacionalismo e a sua associação essencial ao exílio. O nacionalismo é uma declaração de pertencer a um lugar, a um povo, a uma herança cultural. Ele afirma uma pátria criada por uma comunidade de língua, cultura e costumes e, ao fazê-lo, rechaça o exílio, luta para evitar seus estragos (...) todos os nacionalismos têm seus pais fundadores, seus textos básicos, quase religiosos, uma retórica do pertencer, marcos históricos e geográficos, inimigos e heróis oficiais."

O hábito e a habitação

O sociólogo francês Pierre Bourdieu denomina esse ethos do amálgama de práticas coletivas como habitus, práticas que ligam o hábito à habitação.

Exílio: privação de estar na habitação comunal

"Os nacionalismos dizem respeito a grupos, mas, num sentido muito agudo, o exílio é uma solidão vivida fora do grupo: a privação sentida por não estar com os outros na habitação comunal."

"O exílio, ao contrário do nacionalismo, é fundamentalmente um estado de ser descontínuo. Os exilados estão separados das raízes, da terra natal, do passado."

"O pathos do exílio está na perda de contato com a solidez e a satisfação da terra: voltar para o lar está fora de questão."

Said nos explica que os exilados preferem ver a si mesmos como parte de uma ideologia triunfante ou de um povo restaurado.

O exílio é uma condição ciumenta

"Nada é seguro. O exílio é uma condição ciumenta. O que você consegue é exatamente o que você não tem vontade de compartilhar (...) um sentimento exagerado de solidariedade de grupo e uma hostilidade exaltada em relação aos de fora do grupo, mesmo aqueles que podem, na verdade, estar na mesma situação que você."

Uma questão muito clara quando pensamos em judeus e palestinos.

Exilado é diferente de refugiado, expatriado e emigrado

Apesar de usarmos em geral os termos citados, muitas vezes não compreendemos a diferença entre eles.

"O exílio tem origem na velha prática do banimento. Uma vez banido, o exilado leva uma vida anômala e infeliz, com o estigma de ser um forasteiro. Por outro lado, os refugiados são uma criação do Estado do século XX. A palavra 'refugiado' tornou-se política: ela sugere grandes rebanhos de gente inocente e desnorteada que precisa de ajuda internacional urgente, ao passo que o termo 'exilado', creio eu, traz consigo um toque de solidão e espiritualidade."

"Os expatriados moram voluntariamente em outro país, geralmente por motivos pessoais ou sociais (...) eles podem sentir a mesma solidão e alienação do exilado, mas não sofrem com suas rígidas interdições. Os emigrados gozam de uma situação ambígua. Do ponto de vista técnico, trata-se de alguém que emigra para um outro país."

Criar um novo mundo para governar

"Grande parte da vida de um exilado é ocupada em compensar a perda desorientadora, criando um novo mundo para governar.

Lukacs fala da criação da vida ficcional de maneira semelhante.

"Georg Lukács, na Teoria do romance, sustentou de modo convincente que o romance, forma literária criada a partir da irrealidade da ambição e da fantasia, é a forma da 'ausência de uma pátria transcendental'. De acordo com o teórico húngaro, as epopeias clássicas emanam de culturas estabelecidas em que os valores são claros, as identidades estáveis, a vida imutável."

Cultura clássica e cultura ocidental: opostas do ponto de vista do exilado

"O romance europeu baseia-se exatamente na experiência oposta, a de uma sociedade em mudança na qual um herói de classe média, itinerante e deserdado, busca construir um mundo novo que de alguma forma se pareça com o antigo, deixado para trás para sempre."

Simone Weil

"Ter raízes é talvez a necessidade mais importante e menos reconhecida da alma humana."

"É mais comum a pressão sobre o exilado para entrar - em partidos, movimentos nacionais ou no Estado. O exilado recebe a oferta de um novo conjunto de afiliações e estabelece novas lealdades. Mas há também uma perda - de perspectiva crítica, de reserva intelectual, de coragem moral."

O exílio pode ser uma oportunidade de resgate histórico

Said não enaltece o exílio, mas explica, entretanto, que estar na condição de povo exilado pode ser uma oportunidade de não ficar sentado à margem das coisas e ir em busca de seu passado, criar instituições e estudos de sua história, língua, tradições etc.

Theodor Adorno

O pensamento de Adorno é radical no que diz respeito à subjetividade de um povo exilado. Said nos diz isso comentando a obra-prima de Adorno - Minima Moralia, reflexões de uma vida mutilada.

"Adorno era um opositor implacável do que chamou de mundo 'administrado'; para ele, a vida era comprimida em formas prontas, 'lares' pré-fabricados. Sustentava que tudo o que dizemos ou pensamos, assim como todos os objetos que possuímos, são, em última análise, uma mera mercadoria. A linguagem é jargão, os objetos são para venda. Recusar esse estado de coisas é a missão intelectual do exilado."

"As reflexões de Adorno são animadas pela crença de que o único lar realmente disponível agora, embora frágil e vulnerável, está na escrita. Fora isso

a casa é passado. O bombardeio das cidades europeias, bem como os campos de trabalho e de concentração, é apenar antecedente do que o desenvolvimento imanente da tecnologia decidiu há muito tempo que seria o destino das casas. Elas agora servem apenas para serem jogadas fora, como latas velhas.

Adorno diz, com grave ironia, que 'faz parte da moralidade não se sentir em casa na própria casa' ".

Hugo de Saint Victor: para o homem forte o lar são todos os lugares

"Portanto, é fonte de grande virtude para a mente exercitada aprender, pouco a pouco, primeiro a mudar em relação às coisas invisíveis e transitórias, de tal modo que depois ela possa deixá-las para trás completamente. O homem que acha doce seu torrão natal ainda é um iniciante fraco; aquele para quem todo solo é sua terra natal já é forte; mas perfeito é aquele para quem o mundo inteiro é uma terra estrangeira. A alma frágil fixou seu amor em um ponto do mundo; o homem forte estendeu seu amor para todos os lugares; o homem perfeito extinguiu isso"

(Que pensamento instigante, heim?!)

No entanto, a observação de Said também é muito perspicaz. Observe:

"Mas observe-se que Hugo deixa claro que o homem 'forte' ou 'perfeito' alcança independência e desapego trabalhando mediante apegos, não com a rejeição deles. O exílio baseia-se na existência do amor pela terra natal e nos laços que nos ligam a ela - o que é verdade para todo exílio não é a perda da pátria e do amor à pátria, mas que a perda é inerente à própria existência de ambos."

O exílio: pelo menos duas visões de mundo

Diferente de quem vive em seu mundo, o exilado tem a visão privilegiada de quem conhece ao menos dois mundos, dois cenários, duas culturas e "essa pluralidade de visão dá origem a uma consciência de dimensões simultâneas, uma consciência que é contrapontística."


COMENTÁRIO: o texto de Said é muito profundo e esclarecedor. Conceitual e que nos faz refletir muito, como seus demais textos.


Bibliografia:

SAID, Edward W. Representações do intelectual - As Conferências Reith de 1993. Tradução de Milton Hatoum. Editora Companhia das Letras, 2005.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Carta de um pai ao filho

Foto de William Mendes

Filho, acabei de chegar à faculdade. Estou no horário de entrar na aula.

Não vou assistir à aula. Estou com vergonha.

A última aula dessa matéria foi há duas semanas e eu não li, desde então, os textos pedidos para a aula de hoje.

Quando saí de casa, lhe chamei por um instante para comentar sobre o que seus amigos da escola lhe disseram. Eu penso que você está jogando sua vida no lixo e seus amigos de sala de aula podem estar certos.

Fico pensando e tentando recordar o que fiz nas últimas duas semanas para não ter lido os textos pedidos para a classe de hoje.

Meu tempo para estudo e leitura é muito escasso devido ao meu trabalho. Ocorre o mesmo com quase todos os adultos que estudam e trabalham. Ocorre o mesmo com os jovens. Até com crianças ocorre, pois muitas trabalham ou cuidam de tudo em suas casas.

Eu estou bem decepcionado conosco: você e eu.

Com você, por não estar aproveitando a chance de só ter que estudar e fazer valer a oportunidade que seus pais estão lhe dando de estudar numa escola particular e cara.

Comigo, por não estar sabendo atuar como um pai que consegue fazer um filho carregar pelo menos alguns dos valores que acredita e pelos quais luta. Quando vejo a distância entre o que eu queria lhe passar e a realidade objetiva, me sinto um fracassado.

Você está se arrebentando fisicamente - olhos, tendões, coluna - passando o seu dia jogando porcarias eletrônicas no game boy, computador, celular etc. Foi um dos melhores alunos do Fundamental I e passou a estar entre os piores do Fundamental II. Será que eu deveria sentir pena ou compaixão quando seus amigos lhe excluem do grupo dos "inteligentes"? Você era um deles quando queria.

Eu grito muitas vezes, bato forte na mesa, mas não sou repressor. Se fosse, eu lhe castigaria, tiraria seus brinquedos e jogos etc. Você sabe que eu não faço isso. Talvez eu seja um banana. Isso pode ser um grave erro meu de pai. Muitos pais até dizem que é só batendo que as crianças aprendem. Eu não concordo com bater em crianças para educar.

Mas, muitas vezes me pergunto o que devo fazer para salvá-lo de si mesmo.

Talvez, também, meu erro seja querer lhe dar livre-arbítrio desde pequeno.

Não sei como vai ser o seu crescimento intelectual, nem se estarei amanhã por aí para ver em que você se transformou. Acredito que será uma pessoa e cidadão de bem.

Lugar de criança é na escola e dizem as leis atuais que criança só deve estudar e brincar.

Eu, sinceramente, acho que se a criança tem oportunidade de fazer isso e não faz uma parte - estudar -, ela deve mais é trabalhar ou fazer estágio em algo, ou devem lhe ser dada tarefas a cumprir e horários a respeitar.

Eu trabalhei pesado desde os doze anos e me virava para estudar. Meus pais também trabalharam desde criança e tiveram menos chance ainda de estudar e, mesmo assim, são infinitamente mais sábios que eu, que acumulei algum conhecimento, mas, sou um burro chucro em termos de sabedoria e na hora de fazer escolhas nas encruzilhadas da vida.

Pense filho. Pense. (acho que os jogos não lhe permitirão isso. É uma pena!)

Wmofox

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

FLM0617 - Literatura Espanhola do século XVI (2009)

LECTURAS

MÓDULO I: formas variadas de la prosa en el siglo XVI

Prosa varia:

Menosprecio de Corte y Alabanza de Aldea - Arte de Marear, de Antonio de Guevara (fragmentos)

Segundo a professora ele era uma espécie de ensaísta na época.

Os títulos dos capítulos já nos dizem algo sobre o que estará em sua obra:

Capítulo VIII - Que en las cortes de los príncipes tienen por estilo hablar de dios y vivir del mundo.

Capítulo IX - Que en las cortes de los príncipes son muy pocos los que medran y son muy muchos los que se pierden

Capítulo VIII:
O texto denuncia que não há freios nem limites nos vícios dentro da corte. É uma enumeração de vícios: "En la corte, si quiere uno adulterar, hay factores que lo negocien; si quiere vengar injurias, hay quien tome por él la mano (...) finalmente digo, que si quiere darse a los vicios, halla en la corte muy famosos maestros."

Ode ao burguês - Mário de Andrade


Mário de Andrade. Pintura de Lasar Segall.

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques
        [zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"–Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
–Um colar... –Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

De: Paulicéia desvairada (1922)

"Direita, eu?" - Editorial de Caros Amigos dez/05


Wmofox, desenho 3 (em parede)

(atualizado em janeiro/2013)

Estava devendo para diversos companheiro(a)s um texto editorial que apresenta a revista Caros Amigos Especial, de dezembro de 2005, que trata de um conceito muito pouco claro entre nós: A direita.

Só esta introdução já esclarece para diversos leigos nuanças de direita e esquerda. Vejam:


"Direita, eu?

O direitista não se reconhece como tal. Embora seja facilmente identificável, ele se considera centrista, alardeando que a virtude está no meio, aproveitando-se de uma tirada aristotélica.

Seus atos e convicções, porém, são inocultáveis. Ele tem certeza de que jamais existirá - nem ele aceitaria - a distribuição da riqueza entre os homens, por mais que ela tenha resultado do trabalho de todos. Se tiver que optar entre a construção de um presídio e de uma escola, ele escolherá a primeira proposta, porque acredita piamente que os desvios de conduta são originados do DNA da pessoa e não do meio em que foi obrigada a viver. Ele acha que o povo é burro, que a maioria é incompetente e por isso não 'subiu' na vida. Que o povo tem cheiro! Direitos humanos, justiça social, distribuição de renda são balelas, conversa mole dessa raça que se nega a entender que o socialismo está morto, as ideologias estão mortas. Assim como foi decretado por um pensador norte-americano o fim da história, com o triunfo definitivo da democracia liberal ocidental, baseada na propriedade privada e no mercado...

Os conceitos de direita e esquerda na política foram usados pela primeira vez na França, logo após a Revolução de 1789. Consta que por acaso. É que, convocada a Assembleia Nacional Constituinte para criar as novas instituições, os antigos nobres, conservadores e reacionários ocuparam os assentos à direita do presidente das sessões. À esquerda sentaram-se os revolucionários republicanos. E no centro os burgueses liberais.

No Brasil, 'o conceito de direita começou a ser utilizado na virada do Império para a República, particularmente entre os segmentos que começavam a se identificar com o socialismo e que, portanto, se reivindicavam de esquerda', conforme o professor de história Francisco Carlos Palomanes Martinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ele é um dos pouquíssimos estudiosos da história da direita no Brasil, pois também, ou por isso mesmo, não se acha literatura específica nem conseguimos encontrar um estudioso que aceitasse escrever um artigo para esta edição especial a respeito do tema. O que despertou em nosso secretário de redação, Renato Pompeu, a observação pertinente: 'A direita brasileira é uma das mais espertas do mundo, porque entregou a pesquisa universitária à esquerda, para que esta estudasse os movimentos populares e assim ela ficaria bem informada - enquanto praticamente não há quem estude a própria direita e as elites em geral'. "


Fonte:
Editorial da Caros Amigos Especial - A Direita Brasileira, número 26, dezembro de 2005

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Camilo Pessanha e o Simbolismo Português

Aula de 13.10.09 - Prof. Dr. Horácio Costa

(a interpretação da aula é de minha responsabilidade)

Camilo Pessanha é o mais importante e surpreendente dos simbolistas portugueses. Sua fama começou ainda em vida.

Podemos dizer que ele é um clássico moderno, ou seja, ainda é muito lido e relido.

Pessanha pertence a uma família de origem aristocrática. Uma família com seis séculos de história portuguesa. Apesar disso, ele era um filho bastardo.

Ao invés de fazer sua vida em Portugal, ele preferiu ir viver em Macau, colônia portuguesa na China. Parte de sua obra foi escrita lá.

(Macau só foi devolvida à China em 1999)

O professor explicou que a China da época era um "lixo" em termos de corrupção estatal ao extremo, pestes diversas que dizimavam o povo etc, além de ser um império em decadência.

Foi falado sobre a Guerra dos boxers (1899-1900) perdida pelos chineses.

Nessa época e com a derrota na guerra a China vira um grande consumidor mundial de ópio.

Camilo Pessanha estuda a China como poucos e se interessa por ela, passando a traduzir a poesia chinesa. Ele viveu como aristocrata a vida toda. Sua casa era repleta de coleções de objetos chineses. Também teve diversas amantes chinesas e um filho bastardo (como ele). Doou toda a sua coleção para a Universidade de Coimbra.

Tanto Camilo Pessanha como seu filho eram consumidores contumazes de ópio.

Ele não foi o único poeta de fala portuguesa na China. Venceslau de Morais também viveu lá. Sua simpatia pelo Japão é tão grande que ele o apresenta aos portugueses como um povo de cultura superior.

O terceiro português que viveu no oriente foi Alberto Castro Osório, em Timor.

O obra de Pessanha vai dialogar com os modernistas. Fernando Pessoa era um admirador do poeta. Lhe escreveu mais de uma vez elogiando sua obra. No entanto, Camilo não quis saber de se corresponder nem com Pessoa.

Uma característica do poeta é que ele nunca fez nada em vida com relação a sua obra. Nunca quis publicá-la. Ele também era um dândi.

Seu único livro "Clepsidra" foi publicado por uma parenta e ele nem lhe agradeceu.

Enfim, foi um poeta que não se importou de entrar para a poesia.

Sua obra não surpreende pelas grandes inovações formais. Verbo é muito decantado.

POESIA E DROGA

A relação entre poesia e droga é tão velha quanto a própria poesia. Temos aqui a questão dos "estados alterados de consciência".

Os autores ingleses e franceses também consumiam drogas. Pessanha não tomou droga como remédio (comum na época). Consumiu droga como droga mesmo.

DICAS de leitura: Pessanha não se lê uma única vez. Tem que se ler ler e ler. Ler sem pressa. Ler com bastante atenção.

Atentar para a questão da Saudade em sua obra.

domingo, 25 de outubro de 2009

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado séptimo


Cómo Lázaro se asentó con un alguacil, y de lo que le acaesció con él

"Despedido del capellán, asenté por hombre de justicia con un alguacil; mas muy poco viví con él, por parecerme oficio peligroso; mayormente, que una noche nos corrieron a mí y a mi amo a pedradas y a palos unos retraídos, y a mi amo, que esperó, trataron mal, mas a mí no me alcanzaron. Con esto renegué del trato..."

Então, nosso personagem se assenta com uma profissão real - pregoeiro, a única ocupação onde alguém como ele melhoraria na vida, segundo Lazarillo.

"Pregonar" segundo a Real Academia Española:

"pregonar.
(Del lat. praeconāre).
1. tr. Publicar, hacer notorio en voz alta algo para que llegue a conocimiento de todos.
2. tr. Dicho de una persona: Decir y publicar a voces la mercancía o género que lleva para vender.
3. tr. Publicar lo que estaba oculto o lo que debía callarse.
4. tr. Alabar en público los hechos, virtudes o cualidades de alguien.
5. tr. p. us. Declarar a alguien malhechor, proscribir".

"Pregonero" pela explicação de Rey Hazas:

"Era uno de los oficios reales más viles que se podían tener, parangonable al de verdugo; aunque sus ingresos no eran desdeñables, pues en las almonedas, por ejemplo, cobraban un 30 por 1000".

Veja como lhe caiu bem a profissão: "Hame sucedido tan bien, yo le he usado tan fácilmente, que casi todas las cosas al oficio tocantes pasan por mi mano; que en toda la cibdad el que ha de echar vino a vender o algo, si Lázaro de Tormes no entiende en ello, hacen cuenta de no sacar provecho"

Termina o relato da vida de Lazarillo de Tormes com ele mesmo explicando a "vuestra merced" que "el caso" de algumas más línguas insinuarem que sua mulher é amante do arcipreste não passa de boato por ser sua mulher muito boa e ele ocupar uma boa posição e ser próximo e servidor do arcipreste da cidade de Toledo.

Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado sexto

Cómo Lázaro se asentó con un capellán, y lo que con él pasó

Também aqui temos um capítulo tão curto e, quiçá metafórico, que o melhor é deixá-lo inteiro.

"Después desto, asenté con un maestro de pintar panderos, para molelle los colores, y también sufrí mil males.

Siendo ya en este tiempo buen mozuelo, entrando un dia en la iglesia mayor, un capellán della me recibió por suyo, y pusome en poder un buen asno y cuatro cántaros y un azote, y comencé a echar agua por la cibdad. Éste fue el primer escalón que yo subí para venir a alcanzar buena vida, porque mi boca era medida. Daba cada día a mi amo treinta maravedís ganados, y los sábados ganaba para mí, y todo lo demás, entre semana, de treinta maravedís.

Fueme tan bien en el oficio que, al cabo de cuatro años que lo usé, con poner en la ganancia buen recaudo, ahorré para me vestir muy honradamente de la ropa vieja, de la cual compré un jubón de fustán viejo y un sayo raído de manga tranzada y puerta, y una capa, que había sido frisada, y una espada de las viejas primeras de Cuéllar. Desque me vi en hábito de hombre de bien, dije a mi amo se tomase su asno, que no quería más seguir aquel oficio."

Rey Hazas explica o suposto sentido metafórico para "maestro de pintar panderos"

"La referencia debe ser maliciosa, porque de otro modo no se explica su inclusión en la novela. El maestro de pintar panderos podría ser un 'vendedor de panderos', pero no en sentido recto. Quizá el significado sea erótico, dado que una pícara non sancta, como Justina, se define como 'emperatriz de los panderos', en una romería, y que había un refrán que decía 'ir romera y volver ramera' (...) En fin, maestro en 'vender mujeres', o 'su más preciada prenda', si se quiere: alcahuete o proxenete."

Apesar da "profissão" de seu sexto amo e capelão, é com ele que Lázaro aprende o dom de lidar com o vinho e de faturar para seu amo e para si mesmo com os negócios da bebida.


Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado quinto


Cómo Lázaro se asentó con un buldero, y de las cosas que con él pasó

Explicação de Rey Hazas:

"Buldero: el clérigo encargado de predicar y vender las bulas, o indulgencias concedidas por el Papa, que permitían no realizar el ayuno durante la Cuaresma y otros privilegios".

A parte mais importante deste capítulo na vida de Lázaro foi aprender a burlar como ninguém. Depois de aprender a burla armada entre o clérigo e el alguacil (uma espécie de juiz de primeira instância) o personagem vê uma forma de levar a vida.

"Cuando se hizo el ensayo, confieso mi pecado, que también fui dello espantado y creí que ansí era, como otros muchos; mas, con ver después la risa y burla que mi amo y el alguacil llevaban y hacián del negocio, conocí cómo había sido industriado por el industrioso y inventivo de mi amo. Y, aunque mochacho, cayóme mucho en gracia, y dije entre mí: '¡Cuántas destas deben de hacer estos burladores entre la inocente gente!'

Finalmente, estuve con este mi quinto amo cerca de cuatro meses, en los cuales pasé también hartas fatigas."

Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

sábado, 24 de outubro de 2009

FLM0617 - Estudios del Lazarillo de Tormes - Rosa Navarro Durán

"Suplico a vuestra merced..."


Invitación a la lectura del Lazarillo de Tormes

de Rosa Navarro Durán

A leitura do texto de Rosa Navarro Durán nos chama a atenção para vários pontos importantes na leitura do Lazarillo que, em geral, passam desapercebidos ao leitor comum, ou melhor, ao leitor que não esteja muito atento e de olhos críticos.

Questões de edição

O prólogo é o primeiro caso analisado. Tanto está falando nele o autor da obra quanto o personagem da mesma. Isso nos remete a um provável problema de edição.

Depois vêm os nomes dos capítulos ou "tratados": todos têm o nome relacionado com as aventuras por que passou o personagem com cada amo que teve em sua vida. Só o primeiro capítulo não segue o padrão.

Isso aparenta ser outro problema de edição, pois é provável que o editor criou o título ao precisar separar o último parágrafo do prólogo, que já pertenceria ao primeiro tratado, onde o personagem conta sua origem e as mazelas por que passou com o seu primeiro amo, o cego.

Outra pergunta interessante que a autora faz é com relação ao personagem que escreve sobre sua vida com tanta riqueza de detalhes a uma pessoa que ele não conhece "vuestra merced". Também é curioso como um menino que viveu o que ele mesmo nos descreve conseguiu aprender a escrever tão bem!

O argumento da obra

É muito perspicaz a observação da autora sobre a questão do argumento da obra, que estaria faltando.

Lázaro estaria escrevendo a "vuestra merced" com uma razão clara. Explicar sobre "o caso" de seu casamento com uma criada do arcipreste. A dúvida seria se o casamento era de fachada ou não, para encobrir desvios de conduta do arcipreste.

Descobrimos ao final do relato de Lázaro tanto o argumento* da obra quanto o fato de que o "tu" destinatário era pessoa conhecida do arcipreste. O verdadeiro interesse de "vuestra merced" era no arcipreste e não na vida de Lázaro.

"*Argumento es una breve exposición del contenido de la obra que siempre se sitúa entre el prólogo y el inicio." (Rosa Navarro Durán)

"Vuestra Merced"

Com um estudo muito perspicaz, Rosa Durán conclui que "Vuestra Merced" é uma mulher.

"Al darnos cuenta de que 'Vuestra Merced', el destinatario del relato de Lázaro, es una mujer, cobra sentido el 'ella' y toda la fórmula: 'Hablando con reverencia de Vuestra Merced, porque está ella delante'. Y también se ve la importancia de que no viva en Toledo, porque si así hubiera sido, Lázaro no hubiera podido jurar de su esposa 'que es tan buena mujer como vive dentro de las puertas de Toledo' sin haber ofendido a la dama."


"La dama y su interés por el caso"

É impressionante a interpretação que faz Rosa Navarro Durán - uma análise toda amarrada com partes do texto, que chega à conclusão de que quem escreve a declaração sobre "o caso" é um mensageiro escrivão, enviado especialmente para ouvir o relato de Lázaro de Tormes sobre seu suposto casamento com uma amante do arcipreste.

O interesse de "Vuestra Merced", uma mulher que se confessaria com o arcipreste, é de que este conte seus segredos à amante que por sua vez conte ao marido, um pregoeiro - que tem um contato muito próximo com o vinho e "in vino ueritas".

Que amarração estupenda!

Lazarillo de Tormes não é um pícaro

A conclusão que Rosa Navarro Durán nos dá sobre o Lazarillo é de que ele não é um pícaro porque ele não burla nem rouba - a não ser comida para sobreviver.


"Sólo que Lázaro de Tormes ni sabía escribir ni escribió estrictamente su autobiografía, ni fue tampoco un pícaro, porque ni estafa ni burla ni roba más que un poco de comida para sobrevivir: su vida no es picaresca; no hay más que compararla con la del pícaro por excelencia: Guzmán de Alfarache. Fue - eso sí - un bienaventurado, como su padre; sólo que Tomé González lo fue porque padeció persecución por la justicia; y él lo fue por pacífico o manso; su padre, a causa del pan, y él por el vino. No hay filo más agudo en este terreno que el del autor del Lazarillo."

Bibliografia:
NAVARRO DURÁN, Rosa. "Suplico a vuestra merced..." Invitación a la lectura del Lazarillo de Tormes. Editorial Academia del Hispanismo, 2008.

Um dia de Fúria e as tantas vidas...


Imagem interna do Museu do cinema.
Torre Antonelliana, Turim. set/2009.
Foto de William Mendes

(atualizado em 11/04/10)

Refeição Cultural


Hoje refleti muito durante minha caminhada de noventa minutos.

Estava sentindo muita raiva. Sentia muita ira. De tudo, e da vida.

Perdi a paciência em casa e saí depois de uns gritos. É isso mesmo! Sou ignorante e faço muita merda como todo mundo.

Às vezes, fico muito incomodado de alguns conhecidos do movimento sindical acharem que eu sou certinho. Não sou! Sou ignorante e solto os cachorros como a maioria das pessoas.

Na verdade, o que tento fazer a vida toda é ser honesto, não fazer coisas que considero erradas como trair alguém, matar (mas já quis), ser preguiçoso, acomodado, ser parasita de alguém e, principalmente, ser ingrato.

Mas já fiz merda como todo mundo na vida.

Enquanto caminhava, refletia um pouco sobre minha vida - o que fiz dela -, sobre meus entes queridos que estão com doenças graves, e sobre minha frustração de não fazer nunca as coisas que gostaria.

Lembrei de dois filmes: Um dia de fúria, de 1993, com Michael Douglas e Sete Vidas, de 2008, com Will Smith.


Tenho um pensamento a respeito da vida há uns 30 anos. Nunca mudei minha opinião. Juro! Basta achar qualquer desenho ou texto meu desde que tinha uns 10 anos... mas a forma como vejo a minha vida é problema meu e ninguém tem nada que ver com isso.

Aprendi com o meu paizinho querido a não concordar com coisas erradas e brigar pelo que achar ser o certo. Desde sempre. E como tive uma adolescência difícil, briguei muito com ele e demorei muito em reconhecer o quanto ele é importante e o quanto o amo. Vejam só, só lhe dei um beijo quando eu já tinha meus 28 anos!

Aprendi com a minha mãezinha querida a ter um certo freio na hora de fazer algo errado. Confesso que foi devido à educação religiosa que ela me deu. Um certo Deus estava sempre me observando a não passar dos limites. Devo a ela o fato de ter atravessado a adolescência não chegando aos limites das coisas erradas e que poderiam não ter tido volta. Também demorei muito em reconhecer o quanto fiz minha mãe sofrer e chorar. Ela sempre aguentou calada...

Amo muito meus pais.

Tomei de certo amor profundo pela minha família que vive em Minas Gerais. Minha mãe, pai, sobrinhos, avozinha, tias e primos. Sempre fiquei impressionado com o tanto que eles têm amor à vida. Me impressiono com este apego deles à vida.

De certa forma, desde a adolescência sei o quanto estar vivo é importante para a vida de meus pais. É como uma... missão social.

Minha tia querida está com câncer. É grave e de difícil tratamento e cura. Minha tia e minha avó vivem juntas desde sempre. São unha e carne. Minha avozinha está se amuando a cada dia pela doença da filha...

Meu pai está com uma doença degenerativa nos rins e tem sofrido muito, tem sofrido muitas dores pelos efeitos da doença. Isso está me matando!

Minha mãe, como sempre, disfarçou e escondeu em algum lugar seus problemas de saúde para cuidar de todos na casa, pois estão todos na casa de meus pais.

A gente nunca está preparado para perder seus vínculos mais fortes com a existência - os seus entes queridos. Existência pesada essa.



Disse que briguei em casa e saí para andar furioso...


Capa do filme Um dia de fúria.

Eu virei sindicalista há sete anos. Não tenho história de militância orgânica como a maioria dos dirigentes. Me convidaram para representar os bancários em um mandato e aceitei. Creio que fiz um trabalho satisfatório, pois me pediram que ficasse um pouco mais.

Aprendi muito como um soldado do movimento sindical. Cresci muito pessoalmente. Penso que minha dedicação foi intensa demais, como acho que deve ser. Mas quase não vi meu filho crescer - por um acaso do destino, assim que ele veio morar comigo eu comecei no movimento e já quase não fiquei mais em casa!

Que droga! Se fosse possível dar a minha saúde, a minha vida para minha tia, pai, mãe, avó... eu daria. É impressionante como eles são apaixonados pela vida!



Capa do filme Sete vidas.

De minha parte, sou um soldado das minhas obrigações sociais. Busco ser um bom soldado.


Quando lembro que entrei na USP em 2001 e no movimento sindical em 2002... e nunca mais consegui me dedicar ao meu curso de Letras... (não sei se fiz o certo. Mas fiz a luta todos estes anos!)

(...)

Mas eu tenho meus dias de fúria...


E se pudesse, juro que daria vida, vidas... aos meus entes queridos...

William

Treinamento São Silvestre (VI)

Hoje caminhei uns 90', ou seja, cerca de 9 km. Estava meio deprimido para correr e acho que não iria rolar um treino legal. O dia estava bonito e ensolarado.

It's my life, like always...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Golpe: Honduras repete a Guatemala, 55 anos depois


Achei este texto do Azenha, do site Vi o Mundo, uma aula de história e política. Aprendi com ele e peço licença ao autor para manter aqui como texto de cultura.





Honduras repete a Guatemala, 55 anos depois

12 de outubro de 2009

Por: Luiz Carlos Azenha

Se me fosse dada a opção de escolher o currículo de formação de novos jornalistas, eu optaria por colocá-los para estudar História.

Não dá para ver o golpe em Honduras fora de seu contexto econômico e histórico internacional.

Do ponto-de-vista da economia, a crise nos Estados Unidos teve um tremendo impacto em toda a América Central. Nos Estados Unidos os centro-americanos cumprem o papel de derrubar os salários locais. E ajudam a sustentar as economias de seus países de origem com as remessas de dólares.

Com a crise, as elites locais da América Central, atreladas a interesses estrangeiros, não querem fazer qualquer concessão. O principal produto desses países é a mão-de-obra barata: os homens imigram, as mulheres trabalham nas maquilas, empresas que montam produtos exportáveis para os Estados Unidos.

Fazer concessões aos movimentos sociais implica em ameaçar a vantagem competitiva que esses países podem oferecer aos investidores estrangeiros: o trabalho semi-escravo.

De repente, surge na equação um sujeito chamado Hugo Chávez. Com o dinheiro do petróleo, pode equilibrar esse jogo. Todos esses países são dependentes de importação de energia. Além de acesso a petróleo mais barato, através de Chávez os governos podem obter financiamento externo para projetos de infraestrutura e programas sociais.

Ou seja, é uma perspectiva de autonomia numa região que sempre foi quintal político e econômico dos Estados Unidos, o que vale também para o grande vizinho ao Norte, o México.

Portanto, Manuel Zelaya era um exemplo a ser combatido. Embora eleito por um partido de centro-direita, ameaçava romper o pacto das elites hondurenhas, assentado sobre a exploração da mão-de-obra local.

Zelaya, como vocês sabem, deu aumento de 65% no salário mínimo.

Quanto à conjuntura internacional, Honduras desempenha um papel importante como uma espécie de porta-aviões em terra para projetar o poder militar dos Estados Unidos na América Central.

Embora Zelaya não tenha falado em acabar com isso, as ideias dele representavam ameaça de médio prazo, especialmente num quadro em que a Venezuela se contrapõe abertamente aos Estados Unidos na América Central e no Caribe.

Engana-se quem acha que a transição do governo Bush para o governo Obama foi completa. Os neocons não deixaram o poder completamente nos Estados Unidos. Alguns deles são assessores de Hillary Clinton no Departamento de Estado. Outros lutam de dentro da burocracia estatal. E há a câmara de eco neocon nos institutos de estudos internacionais, revistas e jornais, que trava uma luta diária para influenciar a política externa. Eles são fortíssimos no Pentágono e na CIA.

Além de pregar a completa hegemonia política, econômica e militar dos Estados Unidos, os neocons agem em defesa de grandes interesses econômicos, os mesmos que sustentam seus institutos e publicações.

A História da América Central é a história da subordinação local a esses interesses.

Foi para combater a "ameaça comunista" que os Estados Unidos derrubaram o governo de Jacob Arbenz na Guatemala, em 1954, num período em que a United Fruit tinha o monopólio da produção de banana e era dona da maioria das terras; a subsidiária dela, International Railways of Central America (IRCA), controlava o transporte; e a Electric Bond and Share (EBS) controlava a produção e distribuição de energia.


"Vista no contexto da Guerra Fria, a intervenção dos Estados Unidos na Guatemala foi a primeira expressão na América Latina de uma política desenvolvida inicialmente na Grécia. No período depois da Segunda Guerra Mundial, o capital dos Estados Unidos estava se expandindo mundialmente em uma escala sem precedentes. Movimentos de trabalhadores nos Estados Unidos e no estrangeiro (especialmente os abertos às ideias comunistas) eram vistos como ameaça a essa expansão e portanto tinham que ser colocados sob controle. No estrangeiro, a intervenção de 1947 na Grécia foi o precedente. Os Estados Unidos jogaram centenas de milhões de dólares na Grécia para esmagar uma revolta revolucionária militarmente. A Doutrina Truman deu a justificativa, ao dizer que os Estados Unidos precisam 'apoiar povos livres que estão resistindo à subjugação por minorias armadas'. A Guatemala foi a primeira aplicação dessa lógica na América Latina (vista também na derrubada do governo nacionalista de Mossadegh no Irã). Nesse contexto, os Estados Unidos fizeram um teste na Guatemala de um modelo para reverter revoluções sociais na América Latina clandestinamente, sem mandar os fuzileiros navais. Muitos aspectos desse modelo foram aplicados na invasão da baía dos Porcos (Cuba) e em operações clandestinas subsequentes, inclusive na guerra dos contra nos anos 80 contra a Nicarágua". (Do livro The Battle for Guatemala, de Susanne Jones).

Hoje, os grandes interesses econômicos que colocam Barack Obama na parede representam o capital multinacional que prega a "flexibilização" do trabalho, o desmanche do Estado, a criminalização dos movimentos sociais reinvindicatórios, o estado da segurança nacional, a guerra permanente e o acesso desimpedido às matérias primas.

A grande ameaça a esses interesses é o voto popular. A grande arma deles é a mídia. O golpe em Honduras resultou de uma conjuntura política interna, mas dentro de um contexto econômico e político internacional. É o neogolpe. A repetição da História, agora como farsa, na qual o antichavismo faz o papel do anticomunismo, para despistar os verdadeiros objetivos: garantir a completa subordinação da mão-de-obra. É a parte que nos cabe nesse latifúndio.


Fonte: Viomundo

Língua italiana

HAI FRATELLI?
você tem irmãos? (informal)

HA FRATELLI?
o(a) senhor(a) tem irmãos? (formal)

QUESTO(A) È MIO(A) MARITO/MOGLIE.
este(a) é meu/minha marido/mulher.

QUELLA È TUA/SUA SORELLA?
aquela é tua/sua irmã?

LEI é para pergunta formal. TU é para versão informal.


LEI HA FIGLI?
o senhor tem filho?

SÍ, HO DUE FIGLIE.
sim, tenho duas filhas.

QUESTO SONO LE MIE FIGLIE. E LEI?
estas são minhas filhas. E a senhora?

NO, MA HO UN NIPOTE.
não, mas tenho um sobrinho.

QUEST(O), QUEST(I), QUEST(E)
este, estes, estas

HO TRE FIGLI.
tenho três filhos.

ABBIAMO CINQUE FIGLIE.
temos cinco filhas.

HO UNA SORELLA.
tenho uma irmã.

HO DUE FRATELLI.
tenho dois irmãos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado cuarto

Cómo Lázaro se asentó con un fraile de la Merced, y de lo que le acaesció con él

Este capítulo é tão pequeno e fala tanto por si que o melhor é deixá-lo aqui in totum.

"Hube de buscar el cuarto, y éste fue un fraile de la Merced, que las mujercillas que digo me encaminaron; al cual ellas le llamaban pariente. Gran enemigo del coro y de comer en el convento, perdido por andar fuera, amicísimo de negocios seglares y visitar: tanto, que pienso que rompía él más zapatos que todo el convento. Éste me dio los primeros zapatos que rompí en mi vida; mas no me duraron ocho días, ni yo pude, con su trote, durar más. Y por esto, y por otras cosillas que no digo, salí dél."

O capítulo é bastante enigmático e podemos perceber denúncia, vergonha e receio.

Os indícios são de que o frade tinha relações carnais com as prostitutas. Que ele gostava muito das coisas mundanas (negocios seglares).

Trote: pode ser constante "ir e vir" como também aquilo que ocorre no ato sexual.

E no final, o motivo de ir-se, pode ser por um motivo inconfessável.

(Várias dessas dúvidas são levantadas pelo responsável da edição que tenho - Antonio Rey Hazas)

Teríamos aqui um caso de pedofilia, hoje muito comum e conhecido nas igrejas?


Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

Língua italiana

OS ARTIGOS

Definidos:

masculino singular: il, lo, l'
masculino plural: i, gli

il cavallo, l'alunno
lo studente, lo zio (tio), lo psicologo, lo gnocco (nhoque ou tolo)

i suoceri (sogros), i parenti (parentes)

feminino singular: la, l'
feminino plural: le

la sorella (irmã), la nonna (avó), la figlia, la madre, la cudina (prima)

Indefinidos:

masculino singular: un, uno
masculino plural: dei, degli

feminino singular: una, un'
feminino plural: delle

un cavallo, un alunno
uno studente, uno zio, uno psicologo, uno gnocco

un'amica

ECCO, SIGNORE. NON C'È MALE. (aqui está, senhor. Nada mal)

Treinamento São Silvestre (V)

Hoje pela manhã corri 3,5 km com muita subida em 21'.

Estou longe do objetivo... mas chegarei lá.

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado tercero

Cómo Lázaro se asentó con un escudero, y de lo que le acaesció con él

"Desta manera me fue forzado sacar fuerzas de flaqueza y, poco a poco, con ayuda de las buenas gentes, di comigo en esta insigne ciudad de Toledo, adonde, con la merced de Dios, dende a quince días se me cerró la herida..."

LÁZARO ENCONTRA (É ENCONTRADO POR) SEU TERCEIRO AMO

"- Mochacho, ¿buscas amo?
Yo le dije:
- Sí, señor.
- Pues vente tras mí - me respondió -, que Dios te ha fecho merced en topar comigo. Alguna buena oración rezaste hoy."


Dessa maneira, passa Lázaro a servir ao seu terceiro amo - um escudeiro.

NOVO AMO: NOVA E VELHA FOME

Logo no primeiro dia, Lázaro descobre que teria que estar por sua conta para não morrer de fome. E para piorar, ainda iria ter que conseguir alimento a seu amo também.

"- Pues, aunque de mañana, yo había almorzado, y cuanto ansí como algo, hágote saber que fasta la noche me estoy ansí. Por eso, pásate como pudieres, que después cenaremos.

Vuestra Merced
(a quem Lázaro escreve) crea, cuando esto le oí, que estuve en poco de caer de mi estado, no tanto de hambre como por conoscer de todo en todo la fortuna serme adversa. Allí se me representaron de nuevo mis fatigas y torné a llorar mis trabajos. Allí se me vino a la memoria la consideración que hacía cuando me pensaba ir del clérigo, diciendo que, aunque aquél era desventurado y mísero, por ventura toparía con otro peor. Finalmente, allí lloré mi trabajosa vida pasada y mi cercana muerte venidera. Y con todo, disimulando lo mejor que pude, le dije:

- Señor, mozo soy que no me fatigo mucho por comer, bendito Dios. Deso me podré yo alabar entre todos mis iguales por de mejor garganta, y ansí fui yo loado della fasta hoy día de los amos que yo he tenido."


Pela primeira vez, Lázaro confessou ter pedido a Deus sua morte.

APESAR DA MISÉRIA, LÁZARO SE COMPADECE COM SEU AMO

Após conhecer melhor a situação do escudeiro, um homem sem posse alguma, que vive de sua "honra" e não tem nada que comer e beber, Lázaro se compadece com sua miséria e passa a arranjar comida para os dois.

Lázaro lhe tem simpatia porque ao menos ele não é mal e canalha como eram o cego e o clérigo.

LÁZARO SE VÊ SÓ NOVAMENTE, MAS FOI O AMO QUEM FUGIU

Ao final da convivência, o amo de Lázaro precisa fugir de Toledo devido a suas dívidas e nosso jovem mancebo se vê sozinho novamente.

"Así, como he contado, me dejó mi pobre tercero amo, do acabé de conocer mí ruin dicha, pues, señalándose todo lo que podría contra mí, hacía mis negocios tan al revés, que los amos, que suelen ser dejados de los mozos, en mí no fuese ansí, mas que mi amo me dajase y huyese de mí."

Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Língua italiana

Ainda estou achando que quero aprender a ler o italiano.

Algumas coisas novas:

CIAO!
olá! (serve tanto para cumprimentar quando se chega como na despedida)

BUONGIORNO
bom dia.

PIACERE
muito prazer.

BUONASERA
boa tarde.

BUONA NOTTE
boa noite.

MI CHIAMO WILLIAM
meu nome é William

ARRIVEDERCI
até logo.

A PRESTO
até breve.

A DOMANI
até amanhã.

GRAZIE
obrigado.

ALLORA, A DOMANI?
então, até amanhã?

SÍ, ARRIVEDERCI A DOMANI
sim, nos vemos amanhã

È LIBERO QUESTO TAVOLO?
esta mesa está livre?

SÌ SIGNORE. PREGO, SI ACCOMODI.
sim, senhor. Por favor, sente-se.

CON PERMESSO
com licença.

SCUSI, SIGNORA
desculpe, senhora.

PREGO, SIGNORE
não foi nada, senhor.

CAMERIERI, UN CAFFÈ, PER PIACERE
garçom, um café, por favor.

SÌ, SIGNORE, SUBITO
sim, senhor, num instante.

AH, SIGNORE, COME STA?
ah senhor, como vai?

MOLTO BENE, GRAZIE, E LEI?
muito be, obrigado, e o senhor?

NON C'È MALE.
nada mal.

domingo, 18 de outubro de 2009

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado segundo

Cómo Lázaro se asentó con un clérigo, y de las cosas que con él pasó

"Otro día, no paresciéndome estar allí seguro, fuime a un lugar que llaman Maqueda, adonde me toparon mis pecados con un clérigo que, llegando a pedir limosna, me preguntó si sabía ayudar a misa. Yo dije que sí, como era verdad; que, aunque maltratado, mil cosas buenas me mostró el pecador del ciego, y una dellas fue ésta. Finalmente, el clérigo me recibió por suyo.

Escapé del trueno y di en el relámpago..."

NA VIDA, HÁ SEMPRE ESPAÇO PARA AS COISAS PIORAREM

Se Lázaro já sofria de fome na mão do cego, agora ele iria beirar a morte por inanição.

"Finalmente, yo me finaba de hambre."

LÁZARO SÓ COMIA NOS FUNERAIS

Há uma parte muito interessante, onde Lázaro descreve como rezava para que alguém morresse, pois assim ele poderia comer no funeral. A ironia é tanta que ele diz que Deus matava um de vez em quando em auxílio de sua vida.

"Porque en todo el tiempo que allí estuve, que serían cuasi seis meses, solas veinte personas fallecieron, y éstas bien creo que las maté yo o, por mejor decir, murieron a mi recuesta; porque, viendo el Señor mi rabiosa y continua muerte, pienso que holgaba de matarlos por darme a mí vida."

Era um costume da época e tem até o dito: "el muerto al hoyo y el vivo al bollo"

POR QUE LÁZARO NÃO IA EMBORA?

"Pensé muchas veces irme de aquel mezquino amo, mas por dos cosas lo dejaba: la primera, por no me atrever a mis piernas, por temer de la flaqueza que de pura hambre me venía; y la otra, consideraba y decía: 'Yo he tenido dos amos: el primero traíame muerto de hambre, y, dejándole, topé con estotro, que me tiene ya con ella en la sepoltura. Pues si déste desisto y doy en otro más bajo, ¿qué será sino fenecer?' "

MAS, NA VIDA TAMBÉM TEM ESPAÇO PARA DIAS MELHORES

Já quase morto de fome, aparece o anjo salvador de Lázaro. Um senhor que mexe com quinquilharias lhe consegue uma chave para o baú do clérigo, onde este guardava as comidas.

A partir de então, segue uma sequência de aventuras entre roubar pão do clérigo e este cessar o roubo, e Lázaro pensa nova forma de roubar alimento etc etc.

A NECESSIDADE TRAZ A ENGENHOSIDADE

"Como la necesidad sea tan gran maestra, viéndome con tanta siempre, noche y día, estaba pensando la manera que ternía (tendría) en sustentar el vivir. Y pienso, para hallar estos negros remedios, que me era luz la hambre, pues dicen que el ingenio con ella se avisa, y al contrario con la hartura, y así era por cierto en mí."

E aqui vale um outro refrão famoso: "Donde una puerta se cierra, otra se abre"

RATOEIRA: UMA FONTE DE ALIMENTO

Assim que o velho suspeitou que eram ratos que comiam os alimentos em seu baú, tapou todos os buracos. Como Lázaro seguia roubando alimento, passou a colocar uma ratoeira com deliciosos pedaços de queijo no baú. Foi uma festa para nosso personagem.

"Luego buscó prestada una ratonera, y, con cortezas de queso que a los vecinos pedía, contino el gato estaba armado dentro del arca, lo cual era para mí singular auxilio; porque, puesto caso que yo no había menester muchas salsas para comer, todavía me holgaba con las cortezas del queso que de la ratonera sacaba, y, sin esto, no perdonaba el ratonar del bodigo."

O RATO VIRA SERPENTE, QUE FOI PEGA PELO SILVO

Após mais peripécias, o clérigo passou a suspeitar que era uma serpente que roubava sua comida no baú. Uma noite, Lázaro dormindo com a chave do baú na boca, passou a roncar e o ar passando pela chave parecia o silvo da serpente. Acabou-se o que era doce!

O velho deu-lhe uma paulada na cabeça achando que a serpente estava ali e descobriu a tramóia de Lázaro.

Assim o clérigo o despediu e mandou procurar outro lugar pra viver.

"- Lázaro, de hoy más eres tuyo y no mío. Busca amo y vete con Dios, que yo no quiero en mi compañia tan diligente servidor. No es posible sino que hayas sido mozo de ciego.

Y, santiguándose de mí, como si yo estuviera endemoniado, se torna a meter en casa y cierra su puerta."


Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

Treinamento São Silvestre (IV)

Depois de descansar de atividade física no sábado, hoje caminhei e corri um pouco.

Caminhei 4,5 km e corri 3 km em 16'40".

Tenho um longo caminho até dezembro...

FLM0617 - Lazarillo de Tormes

Tratado primero

Cuenta Lázaro su vida y cúyo hijo fue

"Pues sepa Vuestra Merced, ante todas cosas, que a mí llaman Lázaro de Tormes, hijo de Tomé Gonzales y de Antona Pérez, naturales de Tejares, aldea de Salamanca. Mi nacimiento fue dentro del río Tormes, por la cual causa tomé el sobrenombre, y fue desta manera: mi padre, que Dios perdone, tenía cargo de proveer una molienda de una aceña que está ribera de aquel río, en la cual fue molinero más de quince años; y, estando mi madre una noche en la aceña, preñada de mí, tomóle el parto y parióme allí; de manera que con verdad me puedo decir nacido en el río... "

Assim começa o relato, ou melhor dizendo, a resposta de Lázaro a uma pessoa tratada aqui por Vuestra Merced.

A MORTE DO PAI:

"En este tiempo se hizo cierta armada contra moros (la expedición de los Gelves), entre los cuales fue mi padre (...), con cargo de acemilero de un caballero que allá fue, y con su señor, como leal criado, feneció su vida. "

SUA MÃE SE VIRA COMO PODE:

"Mi viuda madre, como sin marido y sin abrigo se viese, determinó arrimarse a los buenos por ser uno dellos (MAS) (...) Ella y un hombre moreno (um negro, ou seja, um mouro), de aquellos que las bestias curaban, vinieron en conocimiento (se amancebaram). "

LÁZARO É DADO A UM CEGO

Depois que sua mãe está sozinha novamente, entrega o filho a um cego.

"En este tiempo vino a posar al mesón un ciego, el cual, pareciéndole que yo sería para adestralle, me pidió a mi madre, y ella me encomendó a él, diciéndole cómo era hijo de un buen hombre, el cual, por ensalzar la fe, había muerto en la de los Gelves, y que ella confiaba en Dios no saldría peor hombre que mi padre (...) Y así le comencé a servir y adestrar a mi nuevo y viejo amo. "

LÁZARO SOFRE PRIMEIRA BURLA

O cego dá a primeira lição de moral no garoto. Não seja tonto e aprenda a ser mais esperto que um velho.

"- Lázaro, llega el oído a este toro (na verdade, uma pedra em formato de porco) y oirás gran ruido dentro dél.

Yo simplemente, llegué, creyendo ser ansí; y como sintió que tenía la cabeza par de la piedra, afirmó recio la mano y diome una gran calabazada en el diablo del toro, que más de tres días me duró el dolor de la cornada, y díjome:

- Necio, aprende, que el mozo del ciego un punto ha de saber más que el diablo

(…)

Y fue ansí, que, después de Dios, , éste me dio la vida y, siendo ciego, me alumbró y adestró en la carrera de vivir. "


O BURLADO VIRA BURLADOR:

Eles estão na região de Toledo.

Como última aprendizagem de seu convívio com o cego, isso depois de muitas burlas um com o outro, Lázaro se vinga da cornada na pedra do início de sua servidão.

Lázaro leva o velho cego até uma praça, o põe em frente a um poste, finge estar pulando um riacho e pede que o velho faça o mesmo. O cego pula com toda força, mete a cara no poste e o garoto se despede dele tendo vingado a porrada na pedra que tomou tempos atrás.

"- Tío, éste es el paso más angosto que en el arroyo hay.
(...)
- Ponme bien derecho y salta tú el arroyo.
(...)
--¡Sus! Saltá todo lo que podáis, porque deis deste cabo del agua.

Aun apenas lo había acabado de decir, cuando se abalanza el pobre ciego como cabrón, y de toda su fuerza arremete, tomando un paso atrás de la corrida para hacer mayor salto, y da con la cabeza en el poste, que sonó tan recio como si diera con una gran calabaza, y cayó luego para atrás, medio muerto y hendida la cabeza.

- ¿Cómo, y olistes la longaniza y no el poste? ¡Olé, olé! – le dije yo.

Y déjole en poder de mucha gente que lo había ido a socorrer, y tomo la puerta de la villa en los pies de un trote, y antes que la noche viniese di comigo en Torrijos. No supe más lo que Dios dél hizo, ni curé de lo saber. "


(a grafia em espanhol está muitas vezes em espanhol arcaico, como por exemplo "comigo", "agora" etc)

CLIQUE AQUI PARA VER ALGUMAS FOTOS DE TOLEDO, REGIÃO ONDE SE PASSA A HISTÓRIA


Bibliografia:
Lazarillo de Tormes. Edición de Antonio Rey Hazas. Literatura Alianza Editorial. L 5036.

sábado, 17 de outubro de 2009

FLM0617 - Lazarillo de Tormes, século XVI, Anônimo

Tenho que ler esta obra para ontem. Estive ausente das aulas de literatura espanhola do século XVI e o livro já foi estudado na semana passada. Também tenho que ler outro livrinho que fala sobre esta obra e fazer uma resenha.

Como se pode ver, depois de quase dois meses de ausência na Usp não será fácil conseguir acompanhar e finalizar as três matérias em que estou inscrito.


LEITURA

Lazarillo escreve em primeira pessoa respondendo a uma outra pessoa, contando a ela a sua origem.

Nasceu à beira do rio Tormes, em Salamanca. Seu pai morreu em uma guerra servindo a um cavaleiro. Sua mãe se amancebou com um negro mouro. Depois que ela ficou sozinha novamente, deu seu filho a um cego que foi embora com o menino.

O estilo do texto é muito interessante. As construções textuais sempre têm sentido dúbio e irônico.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Língua italiana

Eu sou um bicho esquisito.

Nunca tive interesse específico pelo italiano. Entretanto, parece que me deu vontade de aprender a língua. Vamos ver quantos dias dura a vontade. Como comprei um livro lá na Itália, quem sabe eu não aprenda a língua lendo-o um pouco de vez em quando.

I Malavoglia de Giovanni Verga (eu nunca havia ouvido falar sobre autor e livro).

"i" é artigo det. masc. plural. Ex: I cani = os cães.

Malavoglia = má vontade.

Em espanhol encontrei a tradução como "Los malasangre", que virou filme de Luchino Visconti "La terra trema".

Mas, creio que é nome próprio e quer dizer Os Malavoglia.

ITALIANO:
BUON GIORNO, SIGNORE
Bom dia, senhor.

È LIBERO QUESTO TAVOLO?
Esta mesa está desocupada?

Treinamento São Silvestre (III)

Hoje fiz uma caminhada pela manhã de 7 km com direito a uma garapa no final.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Treinamento São Silvestre (II)

Hoje pela manhã corri um pouco para começar a retomar meu condicionamento físico.

Com uma leve garoa corri 2 km em 11'20".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

85° Corrida São Silvestre (I)

Pois é!

Estou há dois meses sem correr ou caminhar. Estive muito envolvido com o meu trabalho no movimento sindical bancário e não consegui dedicar um tempo à atividade física e à saúde.

O resultado disso é que estou com uma tosse há mais de um mês, estou sem condicionamento físico, ou seja, meus sistemas respiratório, cardiovascular e muscular estão um lixo!

MAS, apesar desse quadro, comecei hoje a focar em minha rotina diária o treinamento para me preparar para a minha 3a São Silvestre.

E, também apesar do quadro ruim, tenho intensão de melhorar meu tempo na corrida. Fiz em minha primeira participação o tempo de 105' e no ano passado fiz 99'.

Não será fácil nem manter o tempo quanto mais diminuir. Entretanto, o foco será esse.

Hoje caminhei um pouco em ritmo rápido. Fiz 6 km. No domingo havia feito 7 km caminhando.

A partir de agora serão atividades cotidianas de caminhada e corrida.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cansaço no 15º dia da Greve nacional dos bancários

Cheguei de madrugada em casa, após sair da negociação com a Fenaban e Banco do Brasil na noite passada.

Temos propostas para serem apreciadas hoje nas assembleias de todo o País.

Estou com a saúde debilitada. São semanas seguidas de estresse e tensão sem dormir e descansar devido ao curso de 3 semanas da OIT e, logo em seguida, à greve dos bancários.

Sem contar os problemas de saúde na família no mesmo período (tia com câncer, tia de minha mãe em coma por atropelamento, etc).

Cansaço...

domingo, 4 de outubro de 2009

Caminhada. Sigo muito cansado!

Caminhei no fim da tarde mais uns 6 km. Sigo com um cansaço acumulado.

Li muito pouco. Amanhã é dia de madrugar de novo para seguir lutando em greve contra os banqueiros.

Uma hora isso acaba! E nós bancários venceremos!

sábado, 3 de outubro de 2009

Caminhada, semanas depois de inativo...

Hoje pela manhã fiz uma boa caminhada de uns 8 km.

Sigo sem tempo durante a semana para praticar esporte. Terminamos a segunda semana de greve dos bancários e antes eu estive em viagem por três semanas.

Estou sentindo muita falta de esporte e de leitura.